sexta-feira, 27 de abril de 2012

De pé, contra o Golias

O sistema Mirante agora volta todas as suas baterias contra mim, pensando que vai dobrar a OAB-MA. Tergiversam,  mobilizam seus tanques, fazem espalhafato, choram e sapateiam, como se fossem crianças mimadas. E eu não sou a OAB-MA. Emito opinião própria, nesse caso.
Quem pensava que o espírito de corpo - tão duramente criticado quando se trata das classes jurídicas - não estivesse tão amargamente presente num segmento expressivo de profissionais da comunicação, enganou-se.
Eles se dizem indefesos e estão muito indignados com um sujeito que fala teimosamente o que pensa, em que pese o silêncio insatisfeito de muitos. Eles querem arrancar de mim uma declaração leniente a respeito do jornalismo sem ética - o último bastião do patrimonialismo.
De tão apressados que estão, na defesa dos interesses de seus patrões, até esquecem de ler o que escrevo. Sem contexto não há texto possível. Mas, se o objetivo não é o debate, mas o assassinato das reputações - não precisa ler nada, não é mesmo?
Essa mídia que se diz indefesa, mas se esconde debaixo da saia dos patrões, nunca foi enfrentada por ninguém, por isso está mal acostumada. Quer andar de pé, mas rasteja (aqui apenas rebato no mesmo tom a expressão endereçada à minha pessoa no bojo do movimento pelo "endeusamento").
Esse afã vergonhoso, que não respeita a opinião alheia e tenta silenciar vozes discordantes, nada diz respeito à imprensa livre, como já disse. Como estão acostumados a lidar com medrosos, pretendentes de carreiras políticas, ou de cargos públicos, acreditam que todo mundo se curvará aos seus queixumes.
Como não devo nada a ninguém e tenho a vida limpa, nem me submeto a nenhuma orientação política que possa significar abrir mão de princípios - bateram num muro de concreto. Não sabem o que fazer, pois imaginam que, na disputa palmo a palmo pelos votos do quinto constitucional da OAB-MA, eu seja um empecilho aos seus interesses. Querem preparar um impedimento qualquer e sem fundamento jurídico ao meu direito de voto.
Não tiveram a mesma disponibilidade para enfrentar outros jornalistas que comungam publicamente da minha opinião, a respeito do jornalismo de baixo nível. Preferem concentrar seu fogo sobre mim, por escusos motivos. Mal sabem que minha voz não se cala entre quatro paredes de funções ou cargos que ocupo. Sou livre, com muito orgulho, para expressar minha opinião sobre esse tipo de jornalismo que condeno e renego.
Minha sobrevivência nunca dependeu de grupos políticos e nem vai depender. Minha imagem na mídia não foi construída para agradar e mimar poderosos grupos de comunicação. Nunca procurei mídia, nunca pedi cargos. Por isso, nunca me neguei a enfrentar a opinião jornalística, quando violadora de direitos, sobretudo dos mais vulneráveis.
Devo ser diferente de alguns dos adversários do sistema.
Também não me esquivarei de qualquer debate a respeito do tema. Sem rancor e sem ódio. Exijo punição aos criminosos que vitimaram o jornalista. Talvez faça isso com mais propriedade do que milhões de notas superficiais e protocolares, outro tanto de postagens hipócritas.
Minha opinião não veio à tona agora, porque Décio esteja ausente. É só dar uma espiada em postagens anteriores, desse blogue, onde me confrontei com ele. Não está indefeso, porque dispõe de seguidores, que disputam agora antieticamente o seu espólio. Contra eles e ao meu lado, uma infinidade de cidadãos de bem, jornalistas inclusive. Esses não rastejam e de crocodilo somente herdam a cerviz que não se dobra.
Pena que estejam agora tão emotivos, para fazer um debate mais objetivo. Uns por descobrirem que seus patrões não podem lhes oferecer segurança absoluta. Outros, por simples dor da perda, o que respeito.

PS1: Essa também é uma opinião pessoal sobre o tema. Se eu quisesse a proteção de alguma corporação, tentaria publicar no site da OAB.

PS2: O único fato que me incomoda neste debate é o respeito à memória do morto e à dor de seus familiares. Ele (o debate) poderia esperar, mas o endeusamento me empurrou para ele, antes da hora. Sua função agora é impulsionar uma reflexão sobre a imprensa livre na província, mas não pretendo retornar ao tema.

8 comentários:

Anônimo disse...

concordo em gênero, número e grau com v.sª. E mais, em relação aos "gorilas diplomados gorila" não tenha dúvida que o blogueiro Marco deça é um deles, é só ver suas postagens em os comentários dos leitores são grosseiramente respondidas, além de sua materias serem totalmente engajadas ao grupo dominante. é sem dúvida uma lastima provinciana.

Anônimo disse...

Caro Pedrosa. Não o conheço, apenas sua opinião sobre jornalismo. Não sei sobre suas atitudes, mas, concordo com o que escreveu. No entanto, acho que vc precisa de um assessor de comunicação ao seu lado. Profissionalmente, te diria para não utilizar nenhuma expressão que pudesse ferir este ou aquele jornalista. Não é o momento. De outra forma, sua opinião seria refletida sem seu lado negativo. Não há necessidade, por mais que vc se sinta injustiçado pelo sistema. Nem Décio nem D'Eça, em minha opinião, podem ser levados à sério pelo sério jornalismo. Também acho que não podemos permitir o endeusamento. Porém, não é hora de confronto. Sendo seu assessor, o faria ver que a sociedade está se sentindo fragilizada (não pelo que ele escrevia, mas pelo assassinato em si) e que o sistema está utilizando esta fraqueza como arma. Assim, qualquer um que fale contra jornalistas, mesmo sendo uma pequena parte deles, não será bem visto pela sociedade (mesmo sabendo que este não é o seu objetivo, é sempre bom tê-la ao lado). Quero apenas contribuir. Ps: tb sou jornalista.

Luiz Alberto disse...

Tô contigo Pedrosa. O Crime é preocupante, mas mitificar o Décio é demais.

Unknown disse...

Dr. pedrosa, continue assim,com essa linha de pensamentos e não se preocupe com o ataque por parte dos que se "consideram" gigantes,até porque cá entre nós, o jm tv é um jornal diáriamente sem assunto.Falta total criatividade em busca de novas reportagens,então é óbvio que eles tem que aproveitar assuntos como este,para transformar em matéria,e consequentemente audiência,infelizmente "morte vende e dá ibope".mas veja o lado bom disso tudo,pelo menos seu blog foi divulgado.

klebe disse...

concordo com vc, esses "jornalistas" do grupo sarney, nção aceitam opiniões divergentes, e ofendem aqueles que tem coragem de enfrentá-los.tem blogueiro que ocupa cargos públicos sua fammília tem nomeações apenas para defender os interesses desses grupos. há blogueros com filhos estuidando no reino infantil, uma das escolas mais caras da capítal, como pagar com baixos salários pagos pelos veículos de comunicação?. É obvio que se vendem para defender ou atacar as pessoas de acordo com a conveniencia de quem os fininciam, e a ética as facvas com ela.

Anônimo disse...

Chamou minha atenção, a matéria da mirante sobre a sua postagem. Não conhecia seu blog, no entanto, acho que esse debate é sim, importante. Incrível, como aqui no Estado, os valores sobre ética se inverteram. São Luis é uma "província" e por mais que tenha melhorado, ainda somos obrigados a nos calar pra não perder espaço no mercado de trabalho. Dizer que alguns blogueiros que ai estão, e o que se foi (lamentavelmente vítima de uma violência sem horrorosa) são profissionais que lutam contra a corrupção é quase tratar como louco e ignorante o leitor, o telespectador, o ouvinte... Todos sabiam que o jornalista tinha uma forte tendência à parcialidade, e se ele combatia a corrupção, então, porque ele não combatia verdadeira e imparcialmente a corrupção vergonhosa que esta aí na cara de todo mundo.?? Preciso responder?? Me indigna ver uma voz se calar dessa forma covarde, me indigna mais ainda, ver um sistema calar, execrar, menosprezar, pessoas que ousam emitir sua opinião quando ela é diferente da opinião deles. Não seria isso também uma afronta à liberdade de expressão? Parabéns. E que os culpados paguem, por mais esse crime. E que a polícia encontre os culpados pela morte do líder comunitário, conhecido como Cabeça, de Buriticupu - que também foi vitima da pistolagem há 15atrás sejam pegos e paguem pelo crime. Ai sim, quem sabe a esperança volte a frequentar nosso Estado.

Anônimo disse...

Muito orgulho do Senhor, Dr. Pedrosa. Coragem, sensatez, sabedoria ...são para poucos!
Ana

Anônimo disse...

Assisto com tristeza algumas reportagens.Vemos a "grande mídia" divulgar o caso do cantor Pedro e não vemos essa mesma mídia mostrando o descasos que acontecem nos hospitais públicos. Como seria bom se realmente todos fossem iguais perante a lei e perante a imprensa.
Vejo também com tristeza e revolta o que aconteceu com o jornalista Décio Sá, assim como o que aconteceu com o líder quilombola Flaviano de São Vicente Ferrer e dezenas de outros pobres que foram assassinados por políticos e latifundiários por esse maranhão a fora.
Espero que não somente os executores do jornalista sejam preso como aconteceu no caso "Flaviano" mais que os mandantes possam ser julgados e condenados por tais covardias.
Parabéns.