ORIXÁ da guerra, das batalhas,
dos metais, da agricultura, dos caminhos e da tecnologia.
Em muitas lendas aparece como irmão de Oxósse e Exú. Um
símbolo de Ogum sempre visível é o màrìwò (mariô) - folhas do dendezeiro (igi
öpë) desfiadas, que são colocadas sobre as portas das casas de candomblé como
símbolo de sua proteção.
Depois de Exú é o Ogum que está mais próximo dos
homens. Seu símbolo principal é uma espada de ferro chamada idà, seu dia é a
terça-feira.
Senhor da guerra, dono do trabalho porque possui todas as
ferramentas como seus símbolos. Orixá do fogo e do ferro em que são forjados os
instrumentos como espada, a faca, a enxada, a ferradura, a lança, o martelo, a
bigorna, a pá, etc.
É o dono do Obé (faca) por isso vem logo após o Exú
porque sem as facas que lhe pertencem não seriam possíveis os sacrifícios. Ogum
é o dono das estradas de ferro e dos caminhos. Protege também as portas de
entrada das casas e templos. Ogum é protetor dos militares, soldados, ferreiros,
trabalhadores e agricultores.
O
ARQUÉTIPO DOS FILHOS DE OGUM
Os filhos de Ogum possuem um
temperamento um tanto violento, são impulsivos, briguentos e custam a perdoar as
ofensas dos outros. Não são muito exigentes na comida, no vestir, nem tão pouco
na moradia, com raras exceções.
São amigos camaradas, porém estão sempre
envolvidos com demandas. Divertidos, despertam sempre interesse nas mulheres,
tem seguidos relacionamentos sexuais, e não se fixam muito a uma só pessoa até
realmente encontrarem seu grande amor.
OGUM — Orixá das Guerras e da Tecnologia
!!!
Lenda
Ogum lutava sem cessar contra os reinos
vizinhos. Ele trazia sempre um rico espólio em suas expedições, além de
numerosos escravos. Todos estes bens conquistados, ele entregava a Odúduá, seu
pai, rei de Ifé.
Ogum continuou suas guerras. Durante uma delas, ele
tomou Irê. Antigamente, esta cidade era formada por sete aldeias. Por isto
chamam-no, ainda hoje, Ogum mejejê lodê Irê - "Ogum das sete partes de
Irê".
Ogum matou o rei, Onirê e o substituiu pelo próprio filho,
conservando para si o título de Rei. Ele é saudado como Ogum Onirê! - "Ogum Rei
de Irê!"
Entretanto, ele foi autorizado a usar apenas uma pequena coroa,
"akorô". Daí ser chamado, também, de Ogum Alakorô - "Ogum dono da pequena
coroa".
Após instalar seu filho no trono de Irê, Ogum voltou a guerrear
por muitos anos. Quando voltou a Irê, após longa ausência, ele não reconheceu o
lugar. Por infelicidade, no dia de sua chegada, celebrava-se uma cerimônia, na
qual todo mundo devia guardar silêncio completo. Ogum tinha fome e sede.
Ele viu as jarras de vinho de palma, mas não sabia que elas estavam
vazias. O silêncio geral pareceu-lhe sinal de desprezo. Ogum, cuja paciência é
curta, encolerizou-se. Quebrou as jarras com golpes de espada e cortou a cabeça
das pessoas. A cerimônia tendo acabado, apareceu, finalmente, o filho de Ogum e
ofereceu-lhe seus pratos prediletos: caracóis e feijão, regados com dendê, tudo
acompanhado de muito vinho de palma.
Ogum, arrependido e calmo, lamentou
seus atos de violência, e disse que já vivera bastante, que viera agora o tempo
de repousar. Ele baixou, então, sua espada e desapareceu sob a terra. Ogum
tornara-se um Orixá.
OGUM - Lenda
Oyá vivia com Ogum antes de ser mulher de Xangô. Ela ajudava
Ogum no seu trabalho, carregava seus instrumentos, manejava o fole para ativar o
fogo da forja. Um dia Ogum deu a Oyá uma vara de ferro igual a que lhe pertencia
que tinha o poder de dividir os homens em sete partes e as mulheres em nove
partes, caso estas as tocassem em uma briga.
Xangô gostava de sentar-se
perto da forja para apreciar Ogum bater o ferro, e sempre lançava olhares a Oyá;
ela por sua vez, também lançava olhares a Xangô.
Xangô era muito
elegante, seus cabelos eram trançados, usava brincos, colares e pulseira. Sua
imponência e seu poder impressionaram Oyá. Um dia Oyá e Xangô fugiram e Ogum
lançou-se em perseguição deles. Encontrando os fugitivos, brandiu sua vara
mágica, Oyá fez o mesmo e eles se tocaram ao mesmo tempo. E assim que Ogum foi
dividido em sete partes e Oyá em nove partes, recebeu ele o nome de Ogum Mejé e
ela o de Iansã, cuja origem vem de Iyámésàn a mãe transformada em nove.
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