Após a chamada Nova República, São Luís conheceu apenas por um breve momento uma interrupção no projeto político do chamado campo democrático-popular, com a eleição de João Castelo (PSDB), 2009.
Parênteses: O PDT, diziam os analistas, apoiou veladamente João Castelo no primeiro turno, embora lançando o candidato Clodomir Paz, que ficara em terceiro lugar. No segundo turno, o PDT apoiou João Castelo contra Dino, que era apoiado pelo PT nacional e pela família Sarney.
Todos as outras gestões revelam a hegemonia do PDT, mesmo com a eleição de Conceição Andrade (PSB).
O PDT, portanto, tem um histórico vitorioso em São Luís, capital do Estado, indicando conhecimento do território em disputa e experiência nos embates eleitorais na Ilha.
Edvaldo Holanda (PDT), sem direito a reeleição, finaliza o segundo mandato sem grandes percalços. Poderia sim liderar o processo sucessório privilegiando seu campo político, em que pesem as limitações visíveis em algumas áreas importantes, como é o caso da educação. Mas ninguém diria que fez péssima gestão.
Surpreendentemente em 2020 o PDT resolveu apoiar Neto Evangelista (DEM), dentro de um acordo político que merece ser bem explicado para o eleitor.
Não apenas porque Neto é filiado ao DEM, partido da base de sustentação do governo Jair Bolsonaro, um antípoda político, ou porque esteja sendo apoiado pelo MDB, de Roseana Sarney, outro antípoda político.
O que parece inacreditável é que um partido com essa história e envergadura tenha simplesmente cedido seu espaço político com tanta docilidade para uma incógnita, num momento tão delicado pelo qual atravessa o país.
Como partidos de esquerda não se sensibilizam diante do abismo anti-civilizatório que se aproxima, recusando a demarcação de campos tão claramente opostos?
Os acordos políticos visando 2022 parecem obscurecer o duro embate que precisa ser feito entre democracia e fascismo, entre civilização e barbárie.
As fichas estão sendo jogadas, ao que parece, em nome de alguns projetos individuais, sacrificando valores mais importantes em flagrante ameaça, como a própria democracia. Mas isso não parece tocar mentes e corações, apesar de tudo.
Plantamos em 2020 o que colheremos em 2022.
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