sábado, 18 de maio de 2013

A identidade de classe une governo e oposição no Maranhão

Hélio Santos (PSD),Alberto Filho (PMDB), Carlos Brandão (PSDB), Davi Alves Silva Júnior (PR), Francisco Escórcio (PMDB), Lourival Mendes (PTdoB), Professor Sétimo (PMDB), Simplício Araújo (PPS), Ewerton Rocha (PDT) são os deputados federais maranhenses que assinaram o requerimento de criação da absurda CPI contra o Incra e a Funai, porque não querem a demarcação das terras indígenas e a titulação dos quilombos. É a metade da nossa bancada, claramente identificada com os interesses do latifúndio. Vejam os nomes e comparem os discursos dos mesmos, no período das eleições. A bancada ruralista, juntamente com a bancada religiosa, constitui o que existe de mais atrasado e retrógrado no Congresso Nacional. Observem como os interesses de classe unem governo e oposição domesticada no Estado.
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) conseguiu o apoio de 201 deputados, 30 a mais que o exigido pelo regimento da Câmara dos Deputados, para criar a Comissão. Os argumentos são os mesmos: existem muitas terras demarcadas para poucos índios e existem relações misteriosas entre a Funai e o Incra e organizações sociais. A ditadura militar também pensava assim, portanto não estamos diante de uma novidade do pensamento da direita brasileira.
Esses deputados, que defendem os interesses agropecuaristas, também já conseguiram que os líderes partidários indiquem 16 dos 20 membros da Comissão Especial criada pelo Presidente Henrique Eduardo Alvez para emitir parecer sobre sobre a PEC da Questão Indígena, que transfere ao poder Legislativo a palavra final sobre as demarcações. Os parlamentares acreditam que a Comissão poderá iniciar os trabalhos mesmo incompleta.
Esse é apenas um pequeno exemplo de como a alternância no poder no Maranhão nem sempre indicará melhoria de vida para as classes trabalhadoras. Caminhamos, na verdade, a passos largos, para mais um estelionato eleitoral?



 

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