segunda-feira, 9 de maio de 2016

A esquerda para além do petismo



O artigo de José Antonio Lima — publicado em 06/05/2016 13h10, em Carta Capital, é bom, como análise de conjuntura. Está intitulado "A Esquerda precisa superar o PT".

Ele fala a respeito do chamado "pacote de bondades" da Dilma, nas duas últimas semanas de mandato. De fato, o eleitorado progressista não votou por duas semanas de governo.

Dilma destravou a reforma agrária e o Minha Casa Minha Vida Entidades, destinou novas áreas a comunidades quilombolas, homologou demarcações de terras indígenas, aumentou recursos para o Pronaf, liberou recursos para a promoção da igualdade racial e assinou decreto que permite o uso do nome social em crachás por servidores LGBT.

Apesar da limitações crônicas, como Belo Monte, e da cagada envolvendo o decreto que reestrutura o programa Defensores de Direitos Humanos, o Governo Dilma parece identificar bem o que é pauta progressista quando quer. 

O partido parece que se afastou de sua base social por acreditar que ela não vai se descolar dele, por falta de alternativa. Tem consciência de que abriu mão das reformas estruturais e promoveu um modelo de desenvolvimento para as elites, inviável do ponto de vista social e ambiental.

Resta saber se o cataclisma que vem por aí vai deixar as esquerdas de novo orbitando em torno do PT ou se vamos conseguir ir além do petismo puro e simples, sem sermos antipetistas, reunindo forças capazes de fazer a autocrítica e reafirmar algumas conquistas sociais do petismo.

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